domingo, 6 de maio de 2012

O SER...TÃO... AFOGADOS DA INGAZEIRA

Não vi nenhuma ingazeira!
Vi goiabeira, bananeira, aroeira e macambiras florindo em plena seca. 
Uma vegetação um pouco cinza(que em tempos atrás era minha cor preferida), vi os verdes teimosos se tornarem musgo, claro ou petróleo, verdes de todos os tons, verdes teimosos sim, teimosia herdada do povo sertanejo, que mesmo com o calor, admira o céu azul, como Seu Adelmo, pai da minha amiga, um azul que nunca mais tinha visto no céu, sem nenhuma nuvem, sem nenhuma cinza, e ele me diz: - Hoje vai o dia está para praia Si. kkkkkkkkk
frase que resulta do globalismo selvagem. Um sertanejo sessentão dizendo que o dia vai dar em praia... Ora o máximo que poderia dar era em banho de cuia no fundo daquele quintal tão cinza quanto os 256 quilômetros percorridos até aquela casinha tão simples e tão acolhedora.
Sempre soou suavemente aos meus ouvidos que o povo sertanejo era um povo sofredor, mas era forte e acolhedor.
Pude sentir isso, mesmo com a vegetação sofrida, gados magros em pele e osso pela estrada, vi meninas vestidas iguais a da capital para ir apenas comer uma pizza na praça mais chique da cidade. Vi vestidos de casamento, num noivado, vi tudo igual no comportamento da nova geração, porém na atitude da geração anterior a mim, vi brilho no olho, alegria em receber, alegria em encher uma mesa com o melhor arroz mexido da cidade, sem contar na quantidade de garrada de skins na suas variedades, laranja, cola e guaraná...
Ah e de sobremesa o que sempre chamei por dudu era servido como tubiba de morango, biscoito, banana com uva e coco.... Eu claro atirei-me no de coco, esquecendo a dieta e a consequência do meu ato.
E o melhor dessa minha astúcia, foi poder chupar a tal tubiba de coco, sentada numa pedra, no quintal citado acima, vendo o movimento de um camaleão, que me fez terminar a tarde do domingo vendo realmente quais cores o sertão tem....

As cores que tem Afogados da Ingazeira.

Simoninha Xavier

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