domingo, 16 de abril de 2017

SOBRE PÁSCOA

Cheguei no TIP hoje mais cedo, pois sendo feriadão, já previa a lotação de gente no terminal. Só consegui embarcar duas horas depois. 
Andei, vi algumas lojas e demorei pra achar um  lugar para esperar os 120 minutos que me separavam do ônibus que me traria ao meu lar doce lar, depois de quatro dias longe. 
Liguei o rádio na nova Brasil, coloquei o fone de ouvido e peguei o terço para rezar e agradecer a meu Deus pelas dificuldades e trocas que vivi na  passagem pascal.
Eis que me chega voando esse papel jogado por um rapaz, que acabara de receber de algum praticante dominical de sua religião.
Caiu bem em cima da minha mala, onde eu repousava minhas pernas. 
Eis o que me chega: a certeza de que Ele sempre está comigo, seja onde eu for, seja como eu estiver e seja de que forma for, Ele sempre se mostra nas pequenas e grandiosas coisas, que faz novas sempre. 
Feliz Páscoa!

Simoninha Xavier

quarta-feira, 5 de abril de 2017

O CÉU QUE ME PROTEGE

Eu sempre gostei de desenhar céus.
Gostava de fazer o desenho de nuvens brancas se tinha sol, cinzas se tinha chuva, luas se era noite. 
Mas nunca vou conseguir pintar o céu da cidade que escolhi para viver. 
Os dias aqui há doze anos se pintam de um céu inigualável.
Seja da janela do trabalho, seja em uma tarde de bobeira em casa, ele se pinta único, majestoso, colorido, de tons inimagináveis.
Aqui em Caruaru Deus desenha o céu que sempre quis fazer nos meus rabiscos.
Ele me dá em tempo real:
Lilases
Laranjas
Amarelos
Azuis
Prateados
Dourados
Coloridos crepúsculos
Hoje desenho em letras o que vejo daqui.
Gratidão!


Simoninha Xavier

OUTONO


Como se muda de pena, as folhas que caem a partir de hoje me desnudam.
Sinto mudanças no porvir.
Mas não posso falar do futuro como se conhecesse ele.
Não sabemos nada.
O verão que deixei partir, mandou de volta a certeza de que as vezes encontramos cores na queda. 
Que o tempo passe, que ele cure e que o que tiver de ser vigore.
Há um outono aqui. 
Há tempos que vai e volta. 
É mudança que teima.
É incerteza que vinga.

Simoninha Xavier




ESTAÇÃO QUE CAI

Tem um outono em mim.
Caindo as folhas que me faziam verdejar.
Caindo as flores que eram pra eu ganhar.
Caindo as cores que me deixou invisível, justo num sábado.
Caindo a estrela antes do meu pedido.
Caindo as fichas que me fazem pensar no tempo que tenho perdido.

Simoninha Xavier

Ser tão...

A noite vai me mostrar a imensidão.
Nela ser tão encantada!
Nela ser tão feliz!
Nela ser não solidão!
Ser somente o sertão.

Simoninha Xavier