O mundo já anda odiento e preconceituoso demais da conta. Ando
observando uma onda de orgulho das pessoas pela ignorância que carregam.
Se não pertenço ao time de outro, sou odiada; se defendo uma linha
política diferente de outro, sou odiada; e acham normal atacarem direta
ou indiretamente nas redes sociais destilando esse ódio.
Vi nesse
carnaval fora de época que aconteceu domingo, uns nas ruas, outros em
suas varandas tomando seus escoceses 12 anos, reclamando da vida que levam, pedindo o retorno da ditadura ou reclamando que a presidente não foi morta pelo DOI CODI... Vi isso horrorizada...
Mais horrorizada ainda, ouvi na minha sala um pastor, pasmem! Um pastor
dizer que Dilma tem origem alemã, foi presa, voltou pra Alemanha e
voltou pra se vingar do país, chegando à presidente... Meu Deus! Aonde
vai parar tanta ignorância?.
Não vivi os tempos de ditadura, nem
quero viver. Já li vários livros sobre o assunto. O “Brasil nunca mais”
nem consegui ler até o final... Um horror... Não consigo nem imaginar.
Deve ser mesmo o fim dos tempos. A barbárie, a ignorância,
intolerância, pessoas se tornando inimigas de outras apenas por terem
divergência de opiniões?
Tenho visto isso, pessoas desprezando, xingando em público o que já faz na rede social.
Claro que o ser dissimula, muda o tom, para que soe brincadeira, mas
afirmo e reafirmo: não odeio ninguém... Luto para vencer meus medos,
minhas limitações e, sobretudo me desfazer dos preconceitos que ainda
carrego, não sou perfeita, mas passível de mudança e respeito.
Antes
que façam uma rastag “quem é Simoninha Xavier” como fazem com os que
expõem sua opinião, sou bibliotecária, funcionária pública, trabalhei e
estudei e me esforcei muito para chegar à vida que tenho hoje.
Desde os nove anos travei uma luta pessoal para mudar a realidade que me era provável e aqui cheguei. E só isso eu sou.
Tenho visto tanto horror, que às vezes a desesperança no ser humano
teima em querer me invadir, porém isso não me vencerá. Quero crer nas
pessoas, num amanhã melhor e na minha liberdade de expressão. Nunca usei
de desrespeito por ninguém, tudo que falo ou deixo de falar, dizem
respeito a minha pessoa, ao que acredito, ao que gosto e ao meu gosto.
Mais amor, por favor, menos intolerância...