Hoje acordei com a chuva.
Um toró danado.
Me arrumei melhor do que de costume, pois estava me sentindo feliz, tomei um banho mais demorado, desapontando os ecologistas, fiquei com a cabeça mergulhada naquela ducha quente e desafiando o frio de fora do banheiro. Passei creme aromatissimo, nectar dos deuses de maracujá e satisfeita segui meu camiho em baixo de uma sobrinha toda capenga que comprei no inverno passado(essas sombrinhas de hoje só duram mesmo um inverno).
Os dias chuvosos e cinza me fazem mais feliz, mais leve, mais tranquila e mais disposta.
A chuva ia aumentando e vi um menino que aparentava uns 15, 16 anos, apesar da altura, e lhe ofereci guarida sob a minha sombrinha, não tão potente assim. Ele disse: - Acho que vou aceitar e veio pra junto de mim me abraçando e segurando o abrigo, já que é bem mais alto que eu.
Pois a criança, assim que se ajeitou aos meus ombros, tratou de me dizer: - Sua pele fica ótima com esse rosinha(era a cor da minha blusa, tão bem escolhida pra sair hoje).
E esse pequeno príncipe, porque fez ele...
Eu corei né! Sendo cantada ali por um garoto o qual lhe ofereci abrigo da chuva.
Não foi essa minha intenção, quis apenas que não se molhasse tanto, pois vi que estava de farda e ia para escola.
Mas criei uma situação de armadilha. O ônibus veio, subimos e achei que ia escapar de seus galanteios, ficando na parte de trás do veículo e ele achou logo um lugar vazio, guardou e me chamou para ali sentar. Quando sentei, andamos uma parada e a senhora do meu lado levantou-se para deixar o coletivo.
E claro ele sentou ao meu lado e ali continuou suas investidas.
Eu disse: -Garoto, apenas lhe ofereci carona no meu abrigo, nada mais.
E ele largou: - e eu não perdi a chance de ganhar a gordinha mais linda do kaiuká.
Eu lhe disse baixinho: Se aquiete que estamos num lugar público e eu tenho idade pra ser sua mãe.
E NUM TOM MAIS BAIXO QUASE SUSSURRANDO ME DISSE:
-Eu vou descer agora, mas antes vou lhe dar um xero aqui perto da sua orelha, com esse xero delicioso que não sei o que é.
-Ei qual é o seu nome: e lhe disse é Simone, mas se aquiete(respondi baixinho).
E ELE SUSSURRANDO NOVAMENTE, DESSA QUASE ME BEIJANDO NO MEU CANGOTE:
-Prazer gata! Meu nome é FÁBIO, todo dia dez pra sete eu to naquela parada, vou estar ali se quiser.
Eu ri tanto, ri tanto e ele foi embora meio zangado e cabreiro, pois não entendia minha risada agora indiscreta!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk...
Quem me conhece sabe o motivo desse texto.
Passei todo o dia um pouco fora do ar por isso...
Simoninha Xavier