sexta-feira, 15 de abril de 2011

ATÉ DEBAIXO DE CHUVA: DESEJO E SINA


Hoje acordei com a chuva.

Um toró danado.

Me arrumei melhor do que de costume, pois estava me sentindo feliz, tomei um banho mais demorado, desapontando os ecologistas, fiquei com a cabeça mergulhada naquela ducha quente e desafiando o frio de fora do banheiro. Passei creme aromatissimo, nectar dos deuses de maracujá e satisfeita segui meu camiho em baixo de uma sobrinha toda capenga que comprei no inverno passado(essas sombrinhas de hoje só duram mesmo um inverno).

Os dias chuvosos e cinza me fazem mais feliz, mais leve, mais tranquila e mais disposta.

A chuva ia aumentando e vi um menino que aparentava uns 15, 16 anos, apesar da altura, e lhe ofereci guarida sob a minha sombrinha, não tão potente assim. Ele disse: - Acho que vou aceitar e veio pra junto de mim me abraçando e segurando o abrigo, já que é bem mais alto que eu.

Pois a criança, assim que se ajeitou aos meus ombros, tratou de me dizer: - Sua pele fica ótima com esse rosinha(era a cor da minha blusa, tão bem escolhida pra sair hoje).

E esse pequeno príncipe, porque fez ele...

Eu corei né! Sendo cantada ali por um garoto o qual lhe ofereci abrigo da chuva.

Não foi essa minha intenção, quis apenas que não se molhasse tanto, pois vi que estava de farda e ia para escola.

Mas criei uma situação de armadilha. O ônibus veio, subimos e achei que ia escapar de seus galanteios, ficando na parte de trás do veículo e ele achou logo um lugar vazio, guardou e me chamou para ali sentar. Quando sentei, andamos uma parada e a senhora do meu lado levantou-se para deixar o coletivo.

E claro ele sentou ao meu lado e ali continuou suas investidas.

Eu disse: -Garoto, apenas lhe ofereci carona no meu abrigo, nada mais.

E ele largou: - e eu não perdi a chance de ganhar a gordinha mais linda do kaiuká.

Eu lhe disse baixinho: Se aquiete que estamos num lugar público e eu tenho idade pra ser sua mãe.

E NUM TOM MAIS BAIXO QUASE SUSSURRANDO ME DISSE:

-Eu vou descer agora, mas antes vou lhe dar um xero aqui perto da sua orelha, com esse xero delicioso que não sei o que é.

-Ei qual é o seu nome: e lhe disse é Simone, mas se aquiete(respondi baixinho).

E ELE SUSSURRANDO NOVAMENTE, DESSA QUASE ME BEIJANDO NO MEU CANGOTE:

-Prazer gata! Meu nome é FÁBIO, todo dia dez pra sete eu to naquela parada, vou estar ali se quiser.


Eu ri tanto, ri tanto e ele foi embora meio zangado e cabreiro, pois não entendia minha risada agora indiscreta!


kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk...



Quem me conhece sabe o motivo desse texto.

Passei todo o dia um pouco fora do ar por isso...


Simoninha Xavier