sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

EM DELAY

A partir de hoje darei um slow, meio Lenine na valsa, mesmo a vida pedindo pressa.
Quero tempo pra perder, vou na feira, vou na festa, vou na praia, mas vou na calma.
Fevereiro sempre curto, sempre avexado não irá me convencer. 
Hoje acordei querendo o doce deleite de ir tirando de tiquinho o gostinho do que tá bom. 
Hoje é quinta? Ah que cara de sábado! Nem pro calendário vou ligar.
Vou ali sem ter pra onde.
Tem sol de cegar, calorrrr e um agreste pra navegar.
Ops, mas tem um delay pra poder embarcar...


Simoninha Xavier

POR MARISA



Fiz este texto há um ano atrás, achei hoje e por coincidência achei ele.
Publicando por ser ainda um tema atual.

Tenho medo das pessoas.
Tenho medo da falta de humanidade nos humanos.
Tenho medo de não fazer falta.
Tenho medo dos homens de bem.
O horror tá se instalando de novo ou nunca foi embora?
A dor que não é minha não não me interessa?
E se minha fosse?
Isso é sobre alteridade e sobre solidariedade.
Não somos nada sem o outro.
Somos muitos, mas estamos isolados.
De que adianta?
Eu com a minha dor, você com a sua e o mundo afundando.
Dias tristes tenho visto. Mas espero que venham dias melhores.
Nem diante da morte a humanidade tem se curvado. 
Nem distante do outro temos conseguido ser nós mesmos, é isso?
Deus, tem piedade de nós! 
Não ouve, nem vê o que temos dito.
Jesus, não volta ainda, o amor que tu deixasse nós ainda não aprendemos a usar na sua mais alta dose.
Jesus, não volta ainda, o exemplo que deixasse de ser o outro não foi compreendido. 
Jesus, não volta ainda, isso aqui tá muito seco de flor e amor.
Jesus, não volta ainda, que vamos te crucificar de novo...
Para Marisa Letícia.