quinta-feira, 11 de abril de 2019

SOU O ESPINHO

Hoje passei o dia inteiro lembrando de você.
Fui ver um filme e pronto! É nele que você volta, me invade e me rouba.
Não sei mais nada de você.
Algumas fotos, alguns enunciados nas redes sociais e nada, nada mais.
Uma ligação, um oi ao menos.
Um silêncio ensurdecedor.
Treze anos e quantas rejeições foram?
quantos nãos?
Quantas ausências?
A quantas praias não fomos?
Quantos filmes não assistimos juntos?
Quantos jantares deixei de te servir?
E os nossos paraísos? Continuam sem visitas.
E nossas promessas? Todas no campo da oralidade.
E as brigas? Era nelas que eu te conhecia mais.
Nas reclamações sobre meus decotes, você se despia.
Na ingenuidade do seu olhar, de nada adiantava meu arrepio.
Mas foi você que bateu na porta do meu quarto.
Foi você que colou o seu corpo junto ao meu naquela sexta-feira vestida de cinza, só para ficarmos debaixo do edredom.
Agora há pouquinho você me disse não de novo, apenas calado.
E por que eu não consigo te tirar de mim?
E por que não me devolves?
E por que insistes em viver?
Eu não sei o que tem reservado pra mim em caminhada tão solitária. É uma puta sacanagem Ele ter me mostrado você, se não era pra ficar.
Sonho com o dia em que eu falarei de tudo isso com suavidade, mas ainda não se faz hora, talvez eu queira escutar um fado, para fazer doer tudo que já está inflamado aqui mesmo ou coloque Djavan dê um play e ele me diga sobre o amor: “(...)quem tentar seguir seu rastro, se perderá no caminho, na pureza de um limão ou na solidão do espinho.”
Não sei quantas vezes eu terei que nascer para merecer um amor normal, desses que não seja só desencontro, que seja troca, seja possível.
Que seja de verdade!
Porraaaa! Pra que acordei hoje?
Quero dormir até você bater aqui trazendo a chave, a chuva, o bombom, seu sorriso, seu abraço quente e aquele cheiro de menta. 

E o fim disso?
Não vejo fim...
Simoninha xavier