sábado, 30 de maio de 2015

UMA DÉCADA





Uma década comporta dez anos.
Mas pode comportar a mudança da história.
Pode mudar a história de uma vida.
A minha vida.
Há dez anos cheguei a Caruaru, com uma mala pra passar uma semana, pois iria ficar por três meses morando num hotel.
Tinha acertado uma prestação de serviço, depois de feita, iria pegar meu rumo de volta a Recife.
Fiquei. Fui ficando... Três meses após minha chegada meu contratante, me sugeriu emprego fixo, carteira assinada, moradia, alimentação e minha vida mudou.
Fui logo recebendo título de cidadã caruaruense pela presidente de coração Wanessa Yonar e seus parlamentares PeLucas Fernando Silva ePeAugusto Fagnê.
Hoje, a feira é minha, o San Juão é meu e o paito meu marco zero, o Alto do Moura, meu almoço dominical e a UFPE/CAA, o melhor trabalho que poderia achar, com seus pores-do-sol maravilhosos.
Acordei muito feliz! Relembrando tudo, passando na memória cenas como num filme, minhas escolhas, minhas etapas vencidas, os sofrimentos e dificuldades, tudo valeu muito a pena.
Tô aqui escrevendo, assistindo Petrúcio Amorim, ouvindo suas canções e cantando alto (hoje eu que vou incomodar os meus vizinhos com músicas tão boas).
Adoro rituais, festas, comemorações, datas e hoje coincidiu de receber a visita do meu amigo Benedito Araújo, entáo vamos comemorar no melhor estilo. Festando no Paito.
Sair de casa, vir para outra cidade e viver sozinha, é pra quem tem coragem.
Tenho muitos medos, mas morar em Caruaru foi e é minha maior coragem.
Escolhi ficar e adotá-la como minha, por que encontrei aqui a paz que precisava e o tempo tão precioso que se tornou meu maior privilégio.
O amanhã é duvidoso, mas a qualidade de vida que encontrei aqui, o sucesso que se transformou minhas escolhas, só me fazem dizer que de fato e de direito, sou cidadã caruaruense.
Em tempo: Wanessa Yonar, Lucas e Fagnê, sintam-se abraçados queridos, queria vocês aqui hoje, pra comer bolo e guaraná...
Simoninha Xavier. 10 anos de Caruaru.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

COMO CALAR?

COMO CALAR?
Que eu saiba tá na bíblia, os escolhidos de Deus eram os que menos mereciam.
Sempre que vejo a Instituição virar as costas para os “defeitos” humanos, me afasto dela e verei muitos se afastarem.
Alguém me responda se é possível controlar os desejos?
Alguém me diga se é possível viver uma vida reta sem curvas perigosas, sem armadilhas?
Desde que fiz parte de uma Instituição dessa que vejo vidas serem arruinadas pelos preceitos Dela.
O ser humano “divino” eleito pelo povo de Deus, se falha, não tem direito a ser ouvido. É execrado e banido como bandido.
Eu mesma já fui vítima dessa hipocrisia, e eu era inocente... Há há há. Mas não calei, me fiz ouvir, gritei e grito quantas vezes forem necessárias...
Ele é o caminho, a verdade e a vida... E na Instituição, o caminho tem sido translúcido, opaco, obscuro. A verdade é dissimulada. A vida, ah a vida é jogada aos bueiros, pelos “homens santos” que se acham no direito de julgar um ou outro por considerar algo falho...
É nessas horas que apelo aos padres jovens que conheço. Ou vocês mudam essa Instituição, ou vocês serão os próximos. (alguns podem deixar o meu facebook após essa declaração).
Uma hora será uma verdade mal interpretada, outra hora será um ato falho ou uma perseguição gratuita.
Não estou defendendo os que erram, mas como são tratados.
O querido Jeremias dizia lá nas suas escrita 1:5 : 5“Antes mesmo de te formar no ventre materno, Eu te escolhi; antes que viesses ao mundo, Eu te separei e te designei para a missão de profeta para as nações!” 6Contudo, eu redargui: “Ó Eterno Yahweh! Eis que eu não sei me expressar como convém; não passo de uma criança!”…
Será que Ele errou na sua escolha?
Não, tenho fé que não. Os crucificados são eleitos pelos homens.
Desde a semana passada venho refletindo sobre as coisas que acontecem concomitantemente. Suicídios, expulsões, julgamentos, enfim...
PARA ONDE ESSA INSTITUIÇÃO ESTÁ OLHANDO?
ELA NÃO ESTÁ ESCUTANDO NEM OS SEUS, QUANTO MAIS SUAS OVELHAS DESGARRADAS...
E EU TÔ DESGARRADA HÁ TANTO TEMPO...
Sei que Agostinho falou que fora da Igreja não há salvação.
Que se pode ter tudo, menos a salvação.
Por esses dias quis mais ainda me “afastar” e me sentir mais perto de Deus e assim vi e vivi.
Desde sábado me senti muito, mas muito mais perto Dele.
Pronto! Falei!
“Tenho que gritar, tenho que arriscar,
Ai de mim se não o faço!
Como escapar de ti, como calar?
Senhor, cuida dos que falham. Tem misericórdia de todos nós!!!!
Creio que só Jesus é a nossa salvação, o Caminho, a Verdade e a Vida.
Simoninha Xavier

Caruaru, 158 anos já? Mas tem uma ar tão jovem!






O que mais gosto?
A feira, a música, o céu, os pores-do sol, a lua, que aqui é tudo diferente e encantador, e as cores do agreste? Como não amar!
Estou a doze dias de fazer uma década aqui em Caruaru.
Poxa! Dez anos!!!!
Quando cheguei aqui, não tinha na mala o desejo de ficar, até conhecer as pessoas que nem daqui eram, mas que assumiram a cidade como sua, então tratei de traçar um novo plano.
Fiz amigos, fiz trabalhos e hoje construí minha carreira e uma vida com uma qualidade de vida por mim desejada há tempos.
O desenvolvimento vai a passos largos, planejado? Não, mas vamos vivendo.
Seja num verso de um cordel ou na tradição de um ritmo genuíno, seja no restaurante de TIa Guida ou no point da Má fama.
Seja na quentura de rachar o cano durante o dia ou no frio de lascar que faz a noite.
Seja num show do Palco alternativo da Estação ou na escuta dos aboios do vizinho. Caruaru é uma cidade linda e fenomenal.
Cheia de mistérios... Raios, trovões e relâmpagos sem chuvas. Ciclones inesperados, tremores e até um tal de turfa, que nunca tinha ouvido falar, mas aqui tem!!!!
Uma cidade onde a música rima com o teatro e seu povo rima com a dança, respirando cultura.
O Alto do Moura, o Monte Bom Jesus, o bode, a seriguela vendida no flandre, a farinha pozinho no latão, a piaba, a tanajura. Tudo isso ainda permanece por aqui, só pra resistir ao desenvolvimento, só pra fazer gosto de ver na Feira de Caruaru.
As nêgas de barro, os artistas, que a gente esbarra nas esquinas, seja do barro, seja da música. Eita cidade cheia de estrelas viu! Um luxo!
Não sei do amanhã, só sei que até hoje todas as escolhas que fiz e que incluíram Caruaru, tem me feito feliz e agradecida pela acolhida, pela vida que levo e pelo encantamento de sempre poder me descobrir em novos passos e descobrir a cidade em seus mais simples recantos.
Amo viver em Caruaru.
Feliz vida Caruaru! Feliz crescimento! Feliz aniversário!
Caruaru, 158 anos. A cidade que escolhi para viver.
Simoninha Xavier

quarta-feira, 6 de maio de 2015

QUEM ROUBOU O MEU RECIFE?

Como seria se destruíssem a torre Eiffel?
Como seria Veneza e Tailândia sem os seus canais navegadores?
É assim que me sinto. Tem alguém roubando minha cidade.

Tem gente roubando o meu Recife...
Todas as belezas deixadas, mesmo que não sejam originais da nossa gente, são belezas tombadas, se não pelo patrimônio histórico, pelos nossos olhos, corações e memória.
Tenho do Recife as mais belas lembranças de casarios, rios, pontes e as praias. Ahhhh as praias, que hoje morando em Caruaru, é de perto e de longe o que mais tenho saudades.
Outro dia soube que o Colégio que estudei também vai ao chão, dando vez a mais um condomínio de luxo.
Difícil é saber que aquele hospital rosinha da Boa Vista também tá nos planos dos empreiteiros. Ali poderia virar uma galeria, um centro histórico, desde que continuasse todo rosinha com bordas brancas, mas não, vai ser um novo Recife, um Recife que não quero.
Quando um turista vem a Recife, quer saber da sua história... E o que restará pra contar?
Ah, e tem um certo Cais do seu Estelita (era assim que eu o chamava intimamente) que hoje é o que mais perigo passa, pois na calada noite foi decidido que vai ser lufado.
Seus armazéns que por muitos anos se transformaram em casinhas coloridas estão prestes a virarem torres de construtoras dominadoras. Lá só a elite terá direito a brisa quente que o meu Recife tem, por que após esses empreendimentos não irá sobrar arestas para essa brisa passar, nem ao menos pro Coque.

Depois de Seu Estelita, vai ser o Cabanga todo, poderá ser Casa Forte, Afogados, Helio Monteiro! A Conceição, Benedito Araujo! Ou até o Chico City Rose Dawson!
Tenho medo pelas mangueiras de Tejipió, pois da manga rosa ainda quero o gosto e o sumo, além do cheiro que nos estonteiam.
A Caxangá, que era mais em linha reta, tenho certeza que hoje é a mais engarrafada...
Já pensou se cismam que nossos mercados públicos não servem mais? Adeus Macaxeira com carne de sol nas madrugadas após as baladas! Adeus arrumadinho nos almoços de sábado. Adeus sábados encantados no meu Recife.
Meus sobrinhos já não tomam banho de rio, como tomei.
Meu medo é que nem mar eles tenham para admirar.
Não têm quintal pra correr, a não ser o da casa dos meus pais, que resistem bravamente as investidas tentadoras dos poderosos Queiroz e Dubeaux...
Estou longe para ocupar o Estelita, mas peço: alguém me represente! Eu imploro!
Ocupem a cidade!
Ocupem o Recife, não deixem que o vendam!
O Recife tem que continuar a ser nosso. Ele hoje é minha história, minha lembrança, mas precisa ser também das gerações que virão...
Seja no carnaval, seja na Festa da pitomba ou mesmo numa simples visita ao Horto de Dois irmãos, o que o Recife precisa é ser cuidado e não devastado.
Precisamos andar nos livrando apenas dos oitis nas nossas cabeças nas ruas da Boa Vista e das calçadas esburacadas que nos nocauteiam pelas ruas da Unicap... Quem nunca? ....E não das pessoas que serão banidas desse Novo Recife.
Tenho rios de esperança de que os Capibaribe e Beberibe sejam recuperados, ainda dá tempo, basta planejamento e ação
.
Estou em Caruaru, mas sou do Recife, com orgulho e com saudade.

SOU DO RECIFE HOJE COM VONTADE DE CHORAR...


Simoninha Xavier

segunda-feira, 4 de maio de 2015

UM POUSO CHAMADO SAUDADE

Como a imagem acima, é assim que pousa em mim essa empatia.
Fico perplexa com o poder dos esbarrões que damos na vida.
Há seis meses dei um no dono dessa foto.
Meigo, simpático, divertido, bunito (escrito assim de propósito) e inteligente. Uma celebridade e eu uma interesseira, kkkk
Um encontro desses que nos orgulha de estarmos vivos.
As afinidades, os gostos iguais, nisso descobri um parceiro de viagem que quero em todos os embarques agora...
Por esses dias descobrimos o cupuaçu em comum, kkkk...
Já não bastasse nossa Terê, o feijão rico, as comidas de boteco, os doces e a doçura de olhar a vida.
Depois de ver essa imagem, quis te escrever. Desculpa a invasão, nem permissão pedi. 
Foi a saudade que assim como essa da foto, pousou em mim...

Para um certo Sr. Paranhos!

Simoninha Xavier