segunda-feira, 20 de setembro de 2010

ODE A DJAVAN


Há tempos não o via em nenhum lugar. Televisão, programas, etc...

Mas domingo sendo mais uma noite de insonia, resolvi ver o Programa do Serginho, o Altas horas. E lá quem estava? O meu maior ídolo: O Djavan.

Idolo, segundo o Aurelio o significado é: Pessoa a quem se tributa respeito ou afeto excessivos.

e é isso que sinto em relação a este ser. Ele não me conhece, mas sei o que acha do amor, sei o que sente sobre a família, as desilusões, etc. Ele esteve e está presente em todos os momentos da minha vida, sejam eles tristes ou alegres, sempre o ouço para ser presente a tudo.

Senti ele enfraquecido, senil e muito quieto, diferente de um Djavan que estou acostumada a ver, iluminado e radiante(há dois anos tenho escutado que ele anda doente, com Mal de Parkinson).

Em 82, quando o escutei pela primeira vez, senti uma coisa tão boa, foi a primeira vez que uma canção me encantou e me ensinou. Ouvir Lambada de serpente com a pessoa que me ensinou o que é música é até hoje encantador de lembrar. Meu Tio Nado, já citado em vários Posts aqui, me incentivou a gostar de música boa, me ensinou a escolher.

Hoje, tenho uma coleção de canções que invadiram minha vida. Linha do equador, que me norteia, Amor puro, nossa! queria ter escrito aquela poesia; Pétala, música que se um dia eu ainda casar, vai ser a música da solenidade; Lilás, ah a doce Lilás, como queria meus dias iguais a ela.

Ele agora humildou-se a ser interprete. Está cantando canções de Gil, de Caetano, etc.

O sentimento que este poeta passa, deixa em mim o melhor que quero ser, a serenidade, a paz, a escolha do que ser, enfim.


Seu olhar não diz exato quem tu és, mesmo assim eu te devoro.

Vê-lo é sempre um prazer, ouví-lo é ter a certeza de que o que sinto é expressivel e registrável em canções por você.


Ao meu grande ídolo Djavan.


Simoninha Xavier




quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A ESSÊNCIA PRETENDIDA


Um cheiro de madeira com folha orvalhada e algumas gotas âmbar... O melhor de tudo isso: Um cheiro de segurança, paz, certeza, e conforto.

Essa sensação desejada, poderia ser aproveitada para sempre, porém cadê a fissura, o medo do porvir, o cuidado do que falar ou como agir para não perder o objeto de desejo, o que temos é perene, calmo com a lacuna do redemoinho, do furacão, do vento forte pra mudar a maré..

Foi um dia incrível, como há muito não passara. Fui amada, desejada, de forma previsívelmente esperada fui muito cuidada e acarinhada.

Inicialmente tinha nuvens no céu cor de cinza, depois o dia cobriu-se de azul nesse mesmo céu, de verde no mato, de um marrom translúcido no rio e os vários vermelhos dos morangos e acerolas, dos laranjas das próprias frutas, dos rosas dos jambos e das indecisas cores das carambolas, ora verdes, ora amarelas...

A companhia, o companheiro, invejável: simpático, divertido, bem-humorado, sarcástico até, inteligente, galanteador de sorriso cínico inigualável, os dentes mais brancos que já vi em uma boca, um gato cioso, ideal para qualquer Loba em época de cio, uma presa fácil...

Por um dia aquele bucólico sítio era um belo palácio, o nobre almoço, um banquete dos Deuses e nem fui pra cozinha preparar nada, tudo estava ao meu dispor. O Mago, aprendiz de feiticeira, exerceu o que aprendeu, comi o melhor risoto de galinha de capoeira da minha vida. Feito com muito esmero e apuro só para mim. Aquele cheiro fazia parte da nossa alquimia em busca da essência pretendida.

A sobremesa: sorvete de coco em lascas com calda de goiabada, servido em potes de barro com guardanapos xadrez...muito excitante. Uau! me entreguei aquele deleite de manjar, sem nem me arrepender, nem rezar como faço de costume. Nem poderia tanta atenção, tanta pompa...

A sesta, ah a sesta... Era pra ser de sono das coloridas redes de tear no alpendre, mas em vez disso nos deleitamos com mais sorvete e ali mesmo jogamos baralho, cinco marias, brincamos de esconde-esconde até que não resistimos, nos transformamos de fato em feiticeira e mago, para naquele alpendre criar um cinema, onde as entradas eram ingressos coloridos e saborosos...(risos)...e até de médico brincamos kkkk...Um aspirante a bruxo, brincando de médico...

M U I T O B O M...

O dia 15 de setembro de 2010, com suas cores, sabores, desejos e sentidos, teve um cheiro especial: O CHEIRO DA ESSÊNCIA PRETENDIDA.


ALMÍSCAR + AMBAR + JASMIM + ORVALHO + O MAGO + A FEITICEIRA + INGRESSOS COLORIDOS = A ESSÊNCIA PRETENDIDA


Para você Will...

Obrigada.


Simoninha Xavier, ops A Feiticeira.


quinta-feira, 9 de setembro de 2010

CADÊ EU?


Estava eu ontem, às quatro horas e quinze minutos da tarde, andando pelos quadrados de grama que ainda não se juntaram para formar um lindo gramado e aí ser um lindo caminho de chegada e saída do meu trablaho, quando olhei aquela multidão vindo em minha direção. E isso se tornava nítido sinal de que eu perdera o ônibus àquele instante.

Elas passavam indiferente... Indo para o ponto eu só sentia a minha sombra, só sentia o vento contra a minha tez.

Ao chegar ao abrigo, uma moça avisa: - Ele acabou de passar...

Conversamos, debatemos temas de interesse comum e com um sorriso me ofereceu carona.

Nunca me viu, nem meu nome perguntou, apenas se solidarizou com o problema, que ora era dela também, O difícil serviço de transporte que ambas utilizam.

Nesse momento minha sombra sumiu e ali era eu. Entrei no carro, reconheci o rosto do seu namorado, um velho conhecido, conversamos, debatemos e me levaram ao meu destino de interesse. A padaria do centro da cidade.

Ali descemos eu e minha sombra que de novo passou a me acompanhar, mas logo ela esbarrou na sombra do edifício da padaria...Sumiu... ops, cadê eu??? Ela também era eu.

Só hoje com o raiar do dia nos encontramos...


Simoninha Xavier

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A PAZ


Faz tempo que quero escrever sobre ela.

Faz duas semanas que a procuro...

Algo me inquieta, algo me descontrola, algo tem me tirado do cerne e do prumo.

A certeza do descontrole de mim, a certeza de não poder me segurar no instante que não para, tudo tem a subtraido de mim.

Deus, qual a que eu devo conservar pra tentar ser feliz?

Estou vendo tudo voltando e isso me enebria e me arrefece.

Tenho vontade de gritar com um som gutural, mas gutífero ao mesmo tempo.

À luz dessa realidade, quero me aquietar e me estabelecer novamente.

Quero segurança, quero certeza, conforto, prazer e descanso.

É, estou cansada de tanta batalha, de tantas decisões...

Preciso da espontaneidade, me deixar levar sempre, baixar a guarda...Nossa! baixar a guarda, faz tanto tempo...

Quero meu coração invadido, o fim da tarde lilás, sem os lamentos de tantos ais, Gilbertianos.

Enfim, A PAZ...


Simoninha Xavier