sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

ELEVADOR


Desce...

Foi assim que falei quando entramos no elevador.

Ficamos uns 3 minutos papeando, enquanto o Vítor ia pegar a chave do carro, para colocarmos alguns pertences da mãe dele lá...

Ele voltou e apertamos o botão T....

Estávamos no andar 19... E para nossa surpresa só descemos até o 17...

Ele deu um sopapo, e silêncio total, seguido da certeza de que estávamos ali presos e parados num elevador novinho em folha, recém inaugurado.

Apertamos o alarme, nenhum sinal...

Ah! Éramos eu, Vítor, Igor, meu pai, minha mãe, Natália, Mônica e Jéssica.

Eu estava bem no canto, onde o ventilador age bem...

Mas o calor que me tomou, a garganta travava, não conseguia engolir a minha tão comum saliva.

Fiquei mais surda do que já sou, ouvia de longe, minha irmã gritar, meu pai pedir por silêncio, minha mãe a falar asneiras, e as sobrinhas dizendo que estavam com medo.

Igor tentava abrir a porta, que ficou entre o 17 e o 16...

Meu pai o ajudou e dentro de uns 6 longos e eternos minutos, conseguiram fazer o elevador sair do lugar, mas ele voltou para o 19.

Eu saí e pedi a todos para pegarmos o outro elevador, mas sem sucesso, apertaram novamente o T e lá fomos nós para mais uma tentativa....

onnnn.... ops...mais uma vez ele parou...Eu sabia que ia parar, devia não ter entrado.

Paramos novamente no 17, e o pior????

Com a facilidade da tecnologia ligamos para alguns parentes que continuaram na festa da qual vínhamos, mas se sucesso. Não acreditaram que estávamos presos os sete e eu já quase sem ar...

Eu não gritava, mas era minha vontade...

PASSOU TODA MINHA VIDA NAQUELES 12 MINUTOS DE AGONIA...

Pensei no meu encontro, há um dia antes, pensei no meu trabalho, pensei no meu amigo príncipe, que ando com a relação meio extremecida e pensei em Marcílio....

Nossa foi um sufoco...
De repente o elevador voltou e onnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn....
descemos de andar em andar ele parando...
Os mais longos minutos da minha vida...

Da próxima vez eu vou de escada para elevar a dor.... kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk


Simoninha Xavier

Um comentário:

  1. Correndo o risco do lugar comum, mesmo assim, falarei: as vezes é preciso um tempo, mesmo que forçado, para "passarmos a vida a limpo" e pensarmos naquilo que realmente interessa.
    Beijos,
    Pedro Manoel

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