domingo, 6 de outubro de 2013

EI, AQUI É O FIM DA FILA?

Sou a quarta de uma família de cinco filhos...
Sempre escutei que fizeram de tudo para que eu não viesse ao mundo,
mas quando vim e foi visto que era mais uma mulher a decepção foi ainda pior,
pois o esperado era um homenzinho... Resultado: fotos de recém-nascida nem pensar,
Fotos do primeiro ano nem pensar, fotos da primeira papinha então, que pretensão...
Sem estar aqui me querendo vitimizar, mas já o fazendo, tive que redobrar meu amor próprio, redobrar meu investimento na autoestima, no conhecimento, nas conquistas e no que eu queria para chamar de meu... Contentar-me em ser a quarta da fila não é fácil até hoje nem de lembrar...
Isso reverberou em toda minha vida...
Nas relações amorosas então, como ser a primeira? Como ser a principal? Como ser amada como eu desejava.
O amor mais verdadeiro que já senti até hoje, foi o de Marcílio, primeiro e perdido amor e o do meu Tio Nado, que me ama incondicionalmente desde que me entendo por gente, desde que tenho consciência desse sentimento.  Ele sempre fez eu me sentir a única que ele ama... Nunca tivemos uma rusga sequer, mesmo pensando diferente, várias vezes em nosso eterno caso de amor fraternal...

Mas acho que não mereço nenhum outro mais, será?
Há sete anos vivo uma história de um amor dividido com um bem maior... Permiti-me a isso talvez por me subjulgar para ter o que mereço de fato, um exclusivo amor...

Esse blá, blá, blá todo aí acima é só para dizer que passei a subjugar meu ser a isso...
Há meses vinha sendo assediada, cortejada e cedi... Talvez por carência, talvez por esse subjulgamento ou sei lá por quê?
O cara diz que me ama, o cara diz que não quer me perder, mas faz questão de me colocar em segundo plano... Lógico, que eu não seria o plano alfa, dada a situação, mas custa fazer me sentir assim pelo menos quando estivermos juntos?


Os amantes do século XXI são assim mesmo ou isso só acontece comigo?
Quatro meses de relação e apenas dois encontros amorosos, tudo bem que fiz cair estrelas em um deles, mas às vezes penso que sou mais uma de vários rolos que ele deve ter, às vezes ele é tão atencioso, que me confunde e me desconstrói. E ele fala: - A gente tem que pensar duas vezes no que vai falar pra você, pois vê tudo além. Mas fala tanta coisa, como se não fosse eu que estivesse ali e sim qualquer uma outra...

Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia... 
E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar.”
Usei a poeta Cora Coralina para dizer, que se não for por esse sentido não dá.

Tenho sofrido bastante,
é muito ruim ainda não ser a primeira.

Oras me tire da sua vida agora, já que você não fica nela...

Não existe amor sem visitas, não existe paixão sem encontros, e por fim, não me interessam casos de amor platônico.

Está apertado demais pra mim, pesado demais pra mim.
Sofro eu por não poder receber o que quero, e que disse que iria dar e deve sofrer ele por não poder me dar o que quero. 

Por que insistimos então? 
Por que cismou comigo, se não me queria de verdade ou não sustentaria a relação? Rs rs rs

Oras, me tire da sua vida agora, já que você não fica nela...

Que desafio esse, andar sozinha, esperar no tempo, as vezes me sinto tão cansada, quero baixar a guarda, entregar os pontos, jogar tudo para o alto, mas não posso, devo continuar a luta né?

Só para merecer um amor exclusivo, só para ser amada como desejo.

Em mais uma noite de frio ontem chorei sozinha, numa rede, num sítio, queria você ali, queria você comigo e queria você pra mim...


Ops! Mas tenho que ir pra a fila né???
Ei, aqui é o fim da fila?

Simoninha Xavier

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