terça-feira, 24 de setembro de 2013

QUERO SIM

Li Neruda uma vez dizer assim: “Abro mão da primavera para que continues me olhando”.
Onde achar hoje esse tipo de amor?
Tanta carência hoje, tanta carência eu...
Cansada de me enfeitar, me colocar balangandãs, me pôr brilhos, barulhos e cores...
Cansada de me vestir de qualidades, se a impaciência se aflora me denegrindo...
Cansada de tentar aceitar os jeitos, mas os jeitos estão cada vez mais trejeitos...
Que mal há em querer você e a primavera?
Mal há na esperança adormecer de vez em quando, isso sim!
Ando sozinha por aí há anos e quero sim as estações,
quero sim o sol me cegando de tão forte, quero sim a chuva me molhando quando esqueço de propósito a sombrinha no sofá, quero sim folhas amarelas nos outonos que quase nem vejo, quero sim a primavera florindo em todas as cores, em todos  os meus sorrisos e em todas as certezas...
Quero mais ainda um amor para clarear, molhar, aquecer, amadurecer e florir sempre.
Quero mais ainda o seu amor, seja você quem for...

Simoninha Xavier  

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