quarta-feira, 15 de junho de 2011

MARIAS, JOANAS, SEVERINAS, JOAQUINAS...




Cresci escutando que o mundo é dos homens, eles que mandam(mesmo vendo em minha casa ser diferente).


Hoje vim aqui falar da forma violenta como as mulheres são tratadas antes mesmo do mundo ser mundo.


São consideradas seres de utilização, objetos de desejo, seres inferiores, incapazes de decidir sobre sua vida, suas vontades e desejos.


Há uns 10 anos ou mais vi isso bem de perto na minha casa. Vi uma doméstica da minha casa gritar por socorro, pois tinha sido vítima de tentativa de estupro. Ela falou, esperneou, deu sua versão para o fato e as pessoas pouco acreditaram nela, visto que o algoz era um agregado que há muito morava em minha casa. Eu claro, acreditei naquela moça, menina ainda, virgem ainda, eu convivia com ela há mais de 10 anos e sabia das suas virtudes, dos seus defeitos, portanto, sabia quando falava a verdade. Mas era a palavra dela contra a dele. Só acreditaram nela quando ele arrependido do que fez, lhe escreveu uma carta pedindo perdão...


Mas lembro de ter ouvido o irmão do infame dizer: - culpa dela, vivia se insinuando para ele, mostrando seus peitões...


Oras! ela poderia até ter ficado nua na sua frente, mas se dissesse não, era não...



Há dias essa história me ronda, pois no momento tenho uma grande amiga passando por tal situação. Sofreu tentativa de abuso e não tem como provar. Mais uma vez é a palavra dela contra a dele, pois o asqueroso nega a acusação. Mas ela não se calou, acusou, gritou, pediu ajuda e acima de tudo está na luta para livrar outras mulheres de tal aberração que é esta criatura que se categoriza ser humano.


Só peço a Deus que lhe dê discernimento, lhe dê resignação, força e coragem para seguir nessa luta que será árdua e muito difícil. Pois se trata de um grande e ilustre da academia.



Quando isso vai parar. Até quando Marias, Joanas, Severinas, Josefas, ficarão caladas e amordaçadas pelo medo, pela revolta e pela condição de ser um corpo apenas????...





A MINHA CONDIÇÃO ME DÁ O DIREITO DE DIZER SIM OU NÃO É NISSO QUE ACREDITO.





Simoninha Xavier

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