segunda-feira, 26 de abril de 2010

CENTRIFUGANDO MINHA VIDA


Sábado, estava toda ansiosa esperando uma prima e sua família, que há tempos dizia vir me visitar e fazer compras em todos os polos de Caruaru.

E com tantos acontecimentos turbilhando e preenchendo minha vida, até esqueci que estava de TPM.

Almoçamos e fomos as tão esperadas compras.

E assim tudo aconteceu:

Uns bocejos fora de hora...quem me conhece sabe não gosto de dormir.

Uma moleza de repente...E o comentário: -Você dorme a tarde?

- Não, nem a noite direito.

E aí meus lábios foram ficando sem sentido, sentido algum, mordia e nada.

O corpo, foi ficando como se eu não estivesse nele.

A loja, que era de artigos infantis, de repente, começou a passar por mim como se fosse uma centrífuga, centrifugando as flores, os bichinhos, as frutinhas, barquinhos que ora estavam em todas aquelas roupinhas.

Quando tive intenção de avisar a minha prima que não estava me sentindo bem, a voz não saiu. E resolvi caminhar até ela, mas sem sucesso, pois em vez da loja, agora era minha vez de rodar, girei, girei, girei...ouvia sua voz ao longe: -Para prima, que brincadeira...para prima...para prima...

Vi uma pessoa vestida de verde e amarelo, tentei segurar nela, mas não alcancei.

E caí. Ali continuou a centrifugação, passou minha vida inteira, e agora?

Mas não pensei em minha família, no meu trabalho, nada, pensei apenas no momento difícil que estou passando, e que iria embora sem resolvê-lo...que fácil pra mim...
Esse meu pensamento, se confundia com a voz dessa vez da minha tia, que falava: - minha filha reze pra Deus. Reze o Santo anjo, e ela ali a rezar: -Santo anjo so Senhor, bem zelozo guardador... Tudo isso girava em minha cabeça e na minha única audição direita. Meus poros expeliam um suor gelado nunca sentido ou se sentido, não lembrado.
Estava de bermuda jeans e camiseta branca, que ficaram ensopadas, como se tivesse tomado banho, quem dera de chuva.
Senti tanta dor, que nem andar conseguia, quando conseguiram me levantar.
Vi que o homem de verde e amarelo não passava de um manequim de loja, kkkk...
Uma dor no ovário esquerdo que me fazia perder as forças das pernas de vez em quando.

Minha prima Katia, que é médica, aferiu meus pulsos e não os encontrou. Daí como sou hipertensa decidiu me levar ao hospital.

Mas até chegarmos lá a saga foi uma complicada aventura. Juntar suas compras, sua mãe, seu filho que estava passeando por outro lado com o pai, e que agora tinha que me apoiar e me segurar para que eu não tombasse repetidas vezes.

Fiquei uns 10 minutos sentada no banheiro imundo (nunca pensei sentar daquela forma naquele banheiro, que evitei um ano usá-lo, enquanto trabalhava lá) enquanto toda minha roupa ensopada e fria, voltava ao normal... Como demorou, tivemos que ir ao hospital.
Meu Deus não somos nada...Do pó viemos e para o pó iremos. Agora analisando penso: não havia sujeira ali naquele banheiro, minha vida era singular, minha fraqueza, minha impotência de reagir, diante da sujeira vira nada...

5:3 essa era minha pressão quando cheguei no Santinha(como chamamos o Hospital daqui).

Quase sem pulsação mesmo. Eu que sempre tenho ela nas alturas, em crise fica 22:18...

Enfim, medicada na veia, o olho pensava e precisava fechar de novo, mas minha resistencia não queria, fiquei com medo de morrer ali, queria ainda falar coisas e as pessoas não respondiam. A briga era o olho cerrando e eu tentando abrí-los, os lábios articulando e não obtendo resposta das pessoas.
Então rezei: Santa Teresinha das Rosas, me acolhe e me acalma.
Que nada me perturbe...Nada me leve, nada me amedronte.
E finalmente nada mais vi.
O acontecido foi por volta das 13h40 e quando dei por mim novamente já eram 16h.
Com a volta da normalidade, a pressão 12:9 e o fim do susto. Fomos para minha casa, e agora o barulho que ouvia ainda sonolenta, era dos comentarios:

-Pensei que ela ia morrer...
-Ela ficou roxa...
-Ela delirou, você ouviu Katia? Falou coisas...
Bem! aqui estou eu contando a história. Isso sempre acontecia comigo na adolescência, a cada vez que menstruava, mas já fazia tanto tempo, que esqueci como era.
Aí lembrei: A nossa vida vai estar sempre por um fio, será que era dessa vez que eu ia e o Santo anjo me salvou?
Será que ia te encontrar Marcílio? Depois de 20 anos?
Se estivesse sozinha, como seria?
Quem me acudiria?
Tantas dúvidas e uma certeza: Eu só tenho o AGORA...
Essas coisas acontecem pra nos sacudir e mostrar que o acaso está nos protegendo.

Até hoje estou doída da queda, da moleza e do próprio estado: Menstruada...
E também ainda maneira, por saber o que delirei...
Só depois minha prima me contou escondida para fazer seu diagnóstico: - Si, sua queda de pressão foi emocional, você delirou o tempo todo no hospital, você chamou por alguém...
Então conclusão: ANAMNESE DA DRA. KATIA OLIVEIRA:
EU TIVE UM ESGOTAMENTO...

Mas foi centrifugado naquele centro de lojas...


Simoninha Xavier



3 comentários:

  1. Si, que susto muié. Oxi, fiquei preocupada com vc. Não acho bom vc sair só quando estiver menstruada. Prometa que só saíra acompanhada. Beijos

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  2. Ai, Simoninha, que Deus abençoe vc. Vá ao médico sempre, mantenha boa alimentação...Cuide-se.
    Bjs.

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  3. EITA DANADO, QUERIA MORRER SEM ME AVISAR... SI, TE CUIDA... XERO!!!!

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