sexta-feira, 23 de junho de 2017

Liguei o FODA-SE!


Peito grande, coxa grossa, panturrilha grossa, baixinha, bundão, sempre fui assim...
Na adolescência sofri bastante com a aceitação do meu corpo, e olhe que a exigência não tinha o nível de hoje, fitness, vegano, vegetariano, etc. etc. etc.
Mas sempre fui elogiada pelas roupas que usei, pelo estilo, pelas bijous, balangandãs, anéis, berloques e tals...
Quando adulta tomei toda consciência do meu corpo, do meu potencial como mulher e como ser humano. Uma roupa não me define, o que me define é o que sou. Uma grife não me define, o que me define é o meu olhar. O meu sorriso. A minha atitude...
Recentemente numa festa de trabalho estávamos numa rodinha de colegas e chamei um deles pra abrir o salão. Era um arraial de São João. Amo dançar e o convidei pra dançar um xote.

E pimba! O moço responde: - O salão já tá aberto e se eu gostasse de gente gorda, eu seria Botero (artista colombiano que esculpia gordinhos). Gordofobia em pleno ambiente de trabalho?
Preconceito em pleno ambiente de trabalho? Na academia? Lugar de pessoas inteligentes.
Na hora, como há tempos não acontecia, fiquei sem ação. Muda. Não reagi e fiquei até bem, talvez inconsciente, mas tranquila. Depois de dias, me liga um ex-namorado, que achou uma foto antiga e começa a relembrar nossa história e a dizer que curtia muito meu físico.
No dia seguinte, encontro um affair no almoço de surpresa e ele me pergunta se estou mais magra, informo que não, pois há tempos não tenho feito dieta.
Por pura coincidência o encontro novamente no outro dia e ele repete que estou mais magra, pois está achando minha bunda menor... kkkkkk

Então me veio a mente o fora que levei, o susto do tratamento do colega e uma colocação de algum pensador aí: A beleza está nos olhos de quem vê.
Eu me amo, gosto de mim como estou, me visto todos os dias para trabalhar me olhando no espelho e gostando do que vejo, da mulher que sou e da vida que tenho.
Se meu peso incomoda a alguém, eu vou ligar o FODA-SE e usar quantas vezes forem necessárias.

Tenho saúde, apesar do joelho podre, tenho pernas, braços, olhos, sentidos e vejo muita graça em viver, ou seja, sou perfeita, sou grata a Deus pela minha existência e por tudo que tenho.
Meu irmão falecido me chamava de gorda e era como bálsamo pros meus ouvidos. Nunca me incomodou, quando me chamava pelo nome, algo estava errado ou estava bravo comigo. Quanta saudade de ser chamada de gorda daquele jeitinho!

Eu não preciso ser a mais linda do mundo. Sempre esbarrei nos rapazes que gostaram de como sou. Exatamente como sou.
E o peso desse comportamento acreditem, não está no meu corpo.

A consciência da minha beleza é um peso que não está no meu corpo.
O peso de ser livre é muito maior.
O peso do olhar dos preconceituosos é muito maior.
Sou leve quanto a isso!
Sou leve e livre sobre meu peso!

Simoninha Xavier


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