A LOBA: Sagaz, direta, bem-humorada, simpática, decidida, determinada, ácida e ardente...
O CORDEIRO: "Caseiro",introvertido, bem-humorado, sagaz, ácido, porém um doce de cordeiro...
Não sei se era tempo de lua cheia, mas era setembro... e a boa nova andava nos campos. A Melhor época para eles se encontrarem, era a data certa: 05 de setembro de 2006, uma terça-feira quente e primaveril, que tornou-se mais quente, porque a Loba foi notada, a Loba foi sentida e a Loba foi agraciada com uma rosa vermelha(a rosa da paixão).
Desde então tudo inquietou-se, desde então o Cordeiro tinha outra pele, outro sorriso, outras intenções...
Dali, Loba e Cordeiro não mais deixaram de esconder. A Loba o que nunca tinha visto e o Cordeiro em sua pele, o que sempre vinha a insistir: A ATENÇÃO DA LOBA...
À luz dos olhos da Loba, como lidar com pele tão frágil?
Como cuidar de tanta força?
Como não cair em tentação a tanta doçura?
Nessa hora a Loba é frágil, derrete-se, esvai-se...
Ah! meiga Loba e ávido Cordeiro a buscar sua toca, seu canto, seu seguro braço e seguro amor de Loba... Confortável não?...
Esse Cordeiro é seguro de si, ciente de suas garras, mas também ciente do sentimento alheio.
A Loba ao seu dispor e ao seu deleite a hora que quiser...
40 anos e nada por saber, 40 anos e tudo por aprender, no amor, no sexo, no preconceito, na ordem das coisas e do sentimento.
É a quarta primavera chegando, foi o quarto inverno passado, desde àquela terça-feira insana...
E a Loba, hoje na pele de ovelha, espreita o momento em que o Cordeiro deixe sua pele e assuma o também Lobo que o aflige, o Lobo que o atormenta, o Lobo que não o deixa, nem que seja pela simples caça, pela simples condição de macho atrás da sua LOBA...
Para você...
Simoninha Xavier
Pobre Cordeiro
ResponderExcluirPobre Cordeirinho....
“MANSO, TERNO, DÓCIL, CALADO, CASEIRO, OBEDIENTE, SORRIDENTE, CHATO...”
Mas afinal o que é um cordeiro?
Pobre Cordeirinho, cheio de limitações, sua condição física nada o favorece. Não enxerga bem. (dois ou três metros a sua frente e nada mais) uma visão extremamente limitada. O físico é simples e sem atrativos. A pele nunca esteve em alta no mercado. Sempre depende de proteção. Não se conhece grandes utilidades para esse pobre animalzinho, a não ser a de servir de refeição para terceiros. Deve ser por isso que a LOBA está sempre pronta para devorar o pobre coitado.
Pobre Cordeirinho, gosta mesmo do silêncio, de andar em lugares verdes em dias de sol. (sem de repente levar uma chuva do nada...) o problema é que, geralmente, nesses lugares tem arvores, e por traz das árvores se esconde a LOBA...
Pobre Cordeirinho, nunca ataca, jamais. Isso nem faz parte da índole do pobrezinho. É de sua natureza ser sempre vítima. É até comum encontrar relatos de cordeirinhos indefesos que foram estraçalhados por lobas...
Certo dia, o Cordeirinho já cansado de se defender da LOBA, resolveu fazer as pazes com a mesma, assim o fez. Deu de presente para LOBA uma rosa, em sinal de paz e boa amizade. Ela por sua vez, recebe e acena com risos e o rostinho de: “tudo bem, obrigado que-ri-do...”
Pobre Cordeirinho, pobrezinho... A LOBA começou então o seu plano para devorá-lo. Passaram-se os dias, uns de paz, outros de silêncio... De repente veio uma “tempestade” e impede do Cordeirinho de ficar ao ar livre, no campo verde que estava habituado. Em meio ao mau tempo, a LOBA, que por sua vez é esperta, ofereceu ao pobrezinho, a sua toca, para que se abrigasse... Lá se foi o Cordeirinho indefeso. Pobre Cordeirinho...
A LOBA, primeiro resolveu atacar o confundindo, tirou do pobrezinho a noção do tempo. Depois, o atacou pela boca, deu-lhe a melhor comida que ele podia provar. Deixou passar os dias e fingiu ser a melhor LOBA do mundo. Mansinha, boazinha... Depois de uma lua cheia, a LOBA, completamente cheia de energias deixada pela mesma, resolveu dar o golpe final, fingiu estar doente. O Pobre Cordeirinho, puro e sem maldade, aproximou-se da LOBA para saber se ela estava bem, já pronta para o ataque e com sua mente brilhante finalmente atacou o Pobre Cordeirinho!!!
Foi um ataque fatal. Quase lhe roubou a vida. O pobre Cordeirinho ficou as suas ordens, ainda mais bonzinho e mais mansinho... Dias e dias, meses e meses se passaram. Anos e anos; um, dois, três, quatro... E o pobre Cordeirinho ainda bonzinho tenta se recuperar do ataque. POBRE CORDEIRINHO...
Pobre Cordeiro
Pobre Cordeirinho....
“MANSO, TERNO, DÓCIL, CALADO, CASEIRO, OBEDIENTE, SORRIDENTE, CHATO...”