terça-feira, 13 de julho de 2010

ALMA GÊMEA


Seis meses, esse foi o tempo que ficamos separadas.
Ela foi alçar novos vôos, ter nova vida, enfrentar novos desafios.
Eu aqui fiquei, terminei minha pós, mudei de casa e também tenho que encarar novos desafios diariamente.
A viagem foi longa, o tempo que sempre dura em torno de uma hora e quarenta minutos, na sexta-feira, parecia ter uma infinita estrada a minha frente.
Comprei um pasatempo coquetel, que sempre gosto de fazer, mas não consegui fazer uma página sequer desconcentrada, apenas ansiosa de vê-la novamente.
Será que ela estaria como eu ansiosa????
Liguei o rádio, fiquei estações a dial tentanto me acalmar nem que fosse com belas canções.
Eu sabia que ela estaria a mesma, mesmo corpinho franzino, mesmo sorriso, mas a saudade era muito grande.
Tinha fugido do trabalho cedo para pegar o ônibus o mais rápido que pudesse. Peguei uma carona e não dei sorte. Só consegui passagem para duas horas e meia depois.
E essa bendita estrada que não finda... O entardecer está vindo e vou demorar a vê-la.
Quando desci em Recife ainda esperei uns 20 minutos o ônibus que me deixaria em casa para acabar minha agonia.
Sentei embaixo do toldo, e apareceu um senhor de muletas e me contou toda sua história de vida, não percebendo ele que eu nem assimilava nada. Eu ouvia, mas...
Nesse ínterim ela também ja estava agoniada com a minha demora. Eu chegaria as 17h40 e ja eram 18h40 quando pisei na cozinha da minha casa.
Lá estava ela reclamando que já havia ligado várias vezes e eu não atendi.
Ficamos abraçadas alguns minutos, choramos, trememos, mas era de felicidade. Alguns tentaram nos soltar, mas sem sucesso ficamos siamescamente ali agarradas, por algum tempo....
Quando peguei meu celular ela ja tinha me ligado 16 vezes, desde a hora que saí de Caruaru.
Ligadas? Antenadas? Gêmeas?
Quando me apresenta aos seus amigos, diz: essa é minha irmã gêmea, meu amor, minha alma gêmea.
Isso! ela sou eu e eu sou ela. Almas gêmeas.
Eu e Belonca, mainha, minha amada irmã.
Um laço tão forte que que parecia ter sido um dia antes nossa despedida sofrida, dia 17 de janeiro.
O meu lado doce de ser, o meu melhor lado.

Isso é para você minha irmã, Verônica Berzin.
(esse texto era pra ser publicado dia 12 de julho, mas a internet não permitiu, e só hoje está vindo a publico).


Simoninha Xavier.








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